O saquê, tradicional bebida japonesa, ganha espaço no Brasil

Saquê ou saqué é uma bebida fermentada tradicional do Japão, fabricada pela fermentação do arroz, tomada normalmente gelada e em grandes comemorações, como Ano Novo e cerimônias xintoístas de casamento. Inicialmente a bebida era feita somente de água e arroz. No começo do século XX a produção recebeu alguns aditivos e modificações.

O saquê consumido atualmente, é muito diferente daquele fabricado no passado. A descoberta do fermento aumentou a graduação alcóolica, e a 2ª Guerra Mundial também alterou sua receita. A escassez de arroz naquele período, forçou os fabricantes a buscarem alternativas para aumentar a fermentação utilizando menos arroz. E um decreto governamental permitiu o acréscimo de álcool puro e glicose na fórmula, o que possibilitou a utilização em menor quantidade do precioso cereal. Estima-se que 95% do saquê produzido hoje utiliza essa fórmula, contrariando os especialistas do passado que diziam que o melhor saquê era aquele feito apenas de arroz, arroz fermentado e água.

Reza a lenda que é o saquê é uma bebida sagrada. Os deuses teriam descido do céu e apresentado a bebida aos humanos. No Japão tem até o deus do saquê. Antigamente, era consumido somente em ocasiões especiais e dedicada aos deuses xintoístas. Hoje, a bebida é servida, principalmente, em ocasiões especiais como casamento, inauguração de lojas e comemorações. No Ano Novo toma-se o tosozake, uma mistura de ervas medicinais chamada toso dissolvido em saquê, que se acredita ser bom para a saúde e trazer boa sorte.

Por ter um sabor suave e servir como base em coquetéis, a bebida japonesa está, aos poucos, ganhando espaço no Brasil, o que pode ser atribuído à popularização dos restaurantes japoneses e maior acesso ao consumo.

A variedade de tipos de saquê é imensa e existem mais de quatro mil marcas pelo mundo. E, como no caso do vinho, há diversas categorias entre secos e suaves.


Como servir

Geralmente, a bebida é servida antes das refeições. Para preservar seu sabor, a melhor temperatura para seu consumo é 35ºC, mas também pode-se tomar frio ou misturado a outras bebidas, transformando-se em exóticos e interessantes coquetéis.

A bebida tem diferentes sabores se mudarmos somente a temperatura. Servido quente a bebida fica encorpada e adquire um sabor acentuado que lembra o melão. Já se servido frio, gelado, ele fica um pouco mais frutado.

O tipo de copo escolhido para servir a bebida faz toda a diferença na degustação. Saquês mais aromáticos, por exemplo, combinam com taças de vinho. Ao escolher o copo certo, é possível aproveitar melhor todas as características da bebida e sua complexidade.


A forma correta

Na hora de beber, há um ritual se a ocasião é formal. Nunca se deixa o convidado se servir. Também não pode servir para si mesmo. Os japoneses têm uma hierarquia: a mulher serve o marido. Mas isso só em ocasiões formais. Entre amigos, um serve o outro e está tudo bem. E para segurar a garrafa ou copo tem que usar as duas mãos. O saquê é considerado sagrado, portanto na hora de beber nada é mais importante do que a bebida.

Tipos de saquê

Os saquês são classificados de acordo com o polimento do arroz: quanto mais polido for o grão, mais refinados serão o aroma e sabor da bebida. Eles ainda podem ser agrupados quanto à adição ou não de álcool antes do engarrafamento. Conheça os principais tipos de saquê:

  • Junmai-shu– É o saquê mais puro, com arroz, água e koji, e que não sofre acréscimo de álcool. O arroz é “polido” de forma que perde a parte externa, conservando menos de 70% do seu volume original.
  • Honjozo-shu– Tem pequena quantidade de álcool etílico destilado, o que melhora o sabor, tornando o saquê mais suave. O arroz recebe o mesmo tratamento de Junmai-shu.
  • Ginjo-shu– O arroz é “polido” para conservar apenas 60% do seu formato original. Isso diminui a gordura e as proteínas. Além disso, esse saquê é fermentado a uma temperatura baixa por muito tempo.
  • Daiginjo-shu– Através do polimento, o arroz perde pelo menos 50% de seu volume original, chegando em alguns casos a perder até 65%. É um tipo de saquê que exige muito trabalho em cada nível do processo.
  • Namazakê– É o saquê que não é pasteurizado, e deve ser guardado na geladeira.
  • Nigori-zakê– Não é filtrado.

No Japão, o termo saquê é mais abrangente e pode significar qualquer bebida alcoólica, distinguindo-se frequentemente a bebida japonesa como “nihonshu” (literalmente saquê do Japão) ou “seishu”.

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